O Império Bizantino nasceu da
divisão do Império Romano, no ano de 395, em Império Romano do Oriente, com
capital em Constantinopla e Império Romano do Ocidente, com capital em Milão.
A cidade de Constantinopla, antes denominada Bizâncio,
havia sido rebatizada pelo Imperador Constantino no ano de 330. Atualmente, a
cidade recebe o nome de Istambul.
Por esta razão, o Império Romano do Oriente passou
para a história como “Império Bizantino”. Sua extensão territorial compreendia
a Península Balcânica, a Ásia Menor, a Síria, a Palestina, o norte da
Mesopotâmia e o nordeste da Ásia
Enquanto no Ocidente, o Império Romano desapareceu
por conta das invasões de diversos povos, o Império Bizantino conseguiu manter
sua unidade e seus habitantes chamavam-se a si mesmo de romanos.
Com a queda de Roma, em 476, o Império Bizantino passou a ser o herdeiro das tradições romanas e sobreviveu mais mil anos.
Governo
de Justiniano
Um dos principais imperadores bizantinos foi
Justiniano (527-565), pois em seu governo, o Império Bizantino atingiu o máximo
esplendor.
Filho de camponeses, Justiniano chegou ao trono em
527. Sua esposa, Teodora, também vinha de origem humilde e exerceu decisiva
influência sobre a administração do Império.
Justiniano foi também o responsável pela
reconquista de territórios que antes haviam pertencido ao Império Romano do
Ocidente, incluindo Roma, o sul da Espanha e o norte da África. Estas regiões
haviam sido ocupadas pelos povos germânicos.
Em laranja escuro, o Império Bizantino e na parte clara, os território conquistados por Justiniano |
No poder, Justiniano procurou organizar as leis do Império. Encarregou uma comissão de juristas de elaborar o “Digesto”, uma espécie de manual de Direito destinado aos estudantes, que foi publicado em 533.
Nesse mesmo ano foram publicadas as
"Institutas", com os princípios fundamentais do Direito Romano e no
ano seguinte concluiu o Código de Justiniano.
As três obras de Justiniano eram uma compilação das
leis romanas desde a República até o Império Romano. Posteriormente, foram
reunidas numa única obra o Codex Justinianus, depois chamado
de Corpus Juris Civilis (Corpo de Direito Civil).
O Imperador Justiniano também dotou a capital de
grandes edifícios como a igreja de Santa Sofia (Santa Sabedoria) e o palácio
imperial.
Características do Império Bizantino
Cultura bizantina
A cultura bizantina era uma mistura de influências
romanas, helenísticas e orientais.A cidade de Constantinopla era um importante
centro comercial e cultural, e foi dali que o cristianismo se expandiu.
Adotaram o grego como idioma oficial no século VII
e mantiveram constantes relações com os povos asiáticos.
A pintura se desenvolveu juntamente com o
Cristianismo e se caracteriza pela frontalidade, pouca importância em retratar
o corpo humano e o uso de cores para ressaltar as figuras. A arquitetura
combinava o luxo e a exuberância do Oriente.
Religião no Império Bizantino
A igreja de Santa Sofia, símbolo do esplendor do Império do Bizantino, localizada em Istambul, Turquia |
Justiniano procurou usar a religião cristã para unir o mundo oriental e ocidental. Procedeu à construção da igreja de Santa Sofia (532 a 537), monumento arquitetônico com sua enorme cúpula central, apoiada em colunas que terminam em capitéis ricamente trabalhados. Ali eram consagrados os imperadores bizantinos.
Quando os turcos tomaram Constantinopla, em 1453,
foram acrescentados os quatro minaretes que caracterizam as mesquitas.
O cristianismo predominou no Império Bizantino, mas
se desenvolveu de forma distinta que no Ocidente. Enquanto este se via cada vez
mais dividido, a Igreja e o Imperador se uniam no Oriente.
Por isso, o Imperador passa a ser considerado como
um dos chefes da Igreja e esta união foi chamada de “cesaropapismo” (césar +
papa) ou "teocracia".
A Igreja Oriental utilizava a língua local nos seus
cultos e não admitiam as imagens tridimensionais. Já a Igreja no Ocidente não
reconhecia o Imperador como um chefe, empregava o latim nas suas cerimônias e
veneravam esculturas.
Para os bizantinos, as imagens, denominadas ícones,
deviam ser bidimensionais e esta disputa acabou levando-os a um movimento de
destruição conhecido como Iconoclastia. Assim, muitas obras de arte se perderam enquanto
não se chegou um acordo sobre a relação da veneração das imagens.
Os questionamentos dos dogmas cristãos pregados por
Roma deram origem a algumas heresias - correntes doutrinárias discordantes da
interpretação cristã tradicional.
As diferenças culturais entre Oriente e Ocidente e
as disputas pelo poder entre o Papa e o Imperador, culminaram na divisão da
Igreja, em 1054, criando uma cristandade ocidental, chefiada pelo Papa; e uma
oriental, chefiada por um colegiado de bispos e o imperador. Esse fato recebeu
o nome de Cisma do Oriente.
A partir de então, a Igreja Oriental passou a ser
conhecida como Igreja Católica Ortodoxa e foi responsável por cristianizar
lugares como a Rússia, Bulgária, a Península do Balcãs, entre outros.
Economia
no Império Bizantino
Situada numa posição privilegiada, entre a Europa e
a Ásia, na passagem do Mar de Marmara para o Mar Negro, Constantinopla era
ponto para os comerciantes que circulavam entre o Oriente e o Ocidente. A
cidade possuía diversas manufaturas, como as de seda e um comércio
desenvolvido.
Devido a prosperidade econômica, a cidade era alvo
de expedições militares de povos orientais e mais tarde, dos árabes. Estava
fortificada com muralhas e os bizantinos desenvolveram o “fogo grego”,
substância que permitia arder mesmo na água.
A Queda do Império Bizantino
Após o auge do governo Justiniano, no século VI, o Império Bizantino não expandiu mais seu território. Seguiram-se anos de prosperidade, onde os bizantinos desenvolveram um dos maiores impérios da Idade Medieval.
Por outro lado, com a conversão dos árabes ao
islamismo, no séc. VII, vários monarcas muçulmanos passam a atacar as
fronteiras do Império Bizantino e ocupá-lo.
Durante a Baixa Idade Média (séculos X a XV), além
das pressões dos povos e impérios nas suas fronteiras orientais e perdas de
territórios, o Império Bizantino foi alvo da retomada expansionista ocidental.
A Quarta Cruzada foi particularmente nociva à Constantinopla. Ao invés dos
cruzados atacarem Jerusalém, preferiram guerrear contra um império cristão e
ainda instalaram ali o Patriarcado Latino.
Com a expansão dos turcos-otomanos no século XIV,
tomando os Bálcãs e a Ásia Menor, o império acabou reduzido à cidade de
Constantinopla.
O predomínio econômico das cidades italianas ampliou
o enfraquecimento Bizantino, que chegou ao fim em 1453, quando o sultão Maomé
II destruiu as muralhas de Constantinopla com poderosos canhões.
Os turcos transformaram-na em sua capital, passando
a chamá-la de Istambul, como é conhecida hoje.
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